sábado, 23 de maio de 2009

EDUCOMUNICAÇÃO EM RÁDIO



POR QUE PRODUZIR PROGRAMA DE RÁDIO?

– Porque rádio é o veículo de comunicação mais democrático que existe: até
quem não sabe ler pode fazer um programa de rádio!
– Porque leva a voz das pessoas pra muito mais longe...
- Porque é uma ferramenta poderosa para que as pessoas se fortaleçam e
consigam o que precisam.

PRA QUE FAZER RÁDIO?

Entre outros motivos, para reunir pessoas em volta do microfone e elas:

– falarem o que sentem e pensam sobre todo assunto que julgarem importante;
– entrevistarem pessoas que podem esclarecer o que acontece aqui e acolá;
– contarem suas histórias;
– cantarem músicas de seus lugares;
– divulgarem seus próprios artistas, esportistas, cientistas;
– discutirem mais sobre o lugar onde moram;
– reclamarem do que não gostam ou não concordam;
– fortalecerem o comércio local;
– divulgarem festas da cidade.


Fonte: Manual de Educomunicação

Para ler na íntegra o manual aqui

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Produção do programa da rádio

É muito fácil criar um programa de rádio. O Audacity é um software livre de edição digital de áudio com vários recursos. É possível gravar e reproduzir sons, fazer edição simples (cortar, copiar, colar e apagar trechos do áudio), mixar faixas de áudio, efeitos digitais de som, entre outros.

A produção de programa de rádio (leia mais sobre produção de rádio na escola aqui) pode permitir o desenvolvimento de vários processos significativos de aprendizagens.

O software é distribuido gratuitamente e pode ser baixado diretamente do site (aqui) .

Outra alternativa você encontra (aqui), um tutorial do audacity em pdf.

O site Musicaaudio oferece gratuitamente um tutorial em html que você acessa aqui.

Você pode assistir o tutorial abaixo que explica como editar:

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Rádio na educação ambiental

A escola antenada nas ondas da comunicação
A produção de um programa de rádio sobre educação ambiental na escola promove a urgência de práticas de preservação ambiental. Mais do que a veiculação de idéias, o uso de diferentes linguagens de mídia, a familiarização com os equipamentos associada a exercícios de elaboração coletiva da programação a ser veiculada e o respeito à diversidade de opiniões, transforma os alunos em mais do que produtores de mídia, desenvolvendo o senso crítico e incentivando o questionamento da realidade em que vivem. Isso proporciona ao aluno um novo olhar em relação aos conteúdos veiculados pelas diversas mídias comerciais que moldam valores, principalmente nos jovens. A rádio será utilizada não só para criar momentos de entretenimento na hora do recreio, mas a reflexão crítica da sua realidade, divulgando e questionando através de suas próprias produções as mudanças necessárias para um mundo sustentável. A análise crítica da mídia contribui para a conscientização de suas realidades, despertando talentos, aprimorando reflexões e possibilitando um olhar mais crítico, que vise o bem comum e a participação social. Esse pode ser o caminho para promover a mudança de postura e atingir alguns ideais de uma educação transformadora e comprometida com a formação de cidadãos críticos e atuantes na nossa sociedade.
Referências:
Portal do Professor - MEC
Projeto Rádio Escola
USP - Rádio escolar

sábado, 16 de maio de 2009

10 CONSELHOS DE MARIO KAPLÚN

O primeiro conselho é para os locutores e locutoras, chatos e chateadores, que pensam em um público com vocação masoquista:
Quem alguma vez já se aventurou a fazer rádio, teve que aprender por experiência a não esquecer nunca esta simples verdade: todo aparelho receptor tem dois botões, um que serve para desligar e outro para mudar de estação. Assim, se nosso programa não consegue suscitar o interesse do ouvinte, nada mais fácil que silenciar-nos. Ou substituir-nos por uma música.
EL COMUNICADOR POPULAR, Ciespal, Quito 1985, pág. 110.

O segundo conselho é dirigido aos jovens escritores, tão impacientes como inexperientes, que imaginam as musas voando sobre sua cabeça e esquecem que a inspiração nasce da transpiração. E da vida.
Mais de uma vez nos cursos sob minha responsabilidade trabalhei com participantes que demonstravam boas aptidões literárias e técnicas, em termos de destreza e captação do ofício, para compor radiodramas: por exemplo, habilidade e sentido radiofônico para construir seus diálogos. Mas tinham uma vida fechada e fácil, sem contato com o povo, sem sofrimentos nem dilemas profundos. Estes estudantes não conseguiam produzir bons radiodramas nem sei se alguma vez o conseguirão. Não sentiam os temas nem vibravam com eles. E em suas pautas, tudo era convencional, falso, dissociado da realidade. Assim como um ator tem que apelar para sua memória emotiva para viver um personagem, mais ainda um escritor dramático precisa ter vivido pessoalmente situações conflitivas e intensas para poder criar outras semelhantes em suas obras. Há algum curso onde isto possa ser ensinado, nem em dez semanas nem em cinqüenta?
UN TALLER DE RADIODRAMA, Materiales de Trabajo, CIESPAL, Quito, pág. 119.

O terceiro conselho é para os comunicadores surdos, para as comunicadoras metidas, os que nunca perguntam, as que jamais duvidam, para quem está convencido de que a importância de suas idéias e descuidam do que é o principal em comunicação:
Comunicar é uma aptidão, uma capacidade. Mas é, sobretudo uma atitude. Suponha que estamos dispostos a comunicar, cultivar em nós a vontade entrar em comunicação com nossos interlocutores. Nosso destinatário tem seus interesses, suas preocupações, suas necessidades, suas expectativas. Está esperando que lhe falemos das coisas que lhe interessam, não das que interessam a nós. E só se partirmos de seus interesses, de suas percepções, será possível estabelecer o diálogo com ele. Tão importante como perguntar-nos o que nós queremos dizer, é perguntar-nos o que nossos destinatários esperam ouvir. E, a partir daí, buscar o ponto de convergência, de encontro. A verdadeira comunicação não começa falando, mas ouvindo. A principal condição do bom comunicador é saber ouvir.
EL COMUNICADOR POPULAR, Ciespal, Quito 1985, pág. 115 y 118.

O quarto e perspicaz conselho, para os roteiristas quando estão diante da folha em branco, quando começam a escrever e não sabem como fazer para que os diálogos fiquem agradáveis e atrativos:
Enquanto esteja escrevendo seu roteiro, não se esqueça nunca que a linguagem falada é diferente da escrita. Devemos pôr nosso texto por escrito, mas ele está destinado, não a ser lido com a visão como um texto impresso, mas ouvido. Tem que soar com a familiaridade, a naturalidade e espontaneidade da linguagem falada. Inclusive, às vezes, com as imperfeições da linguagem falada. O melhor conselho que posso dar-lhes é: escreva escutando-se. À medida que escreve, leia em voz alta o que está escrevendo. Por vezes, inclusive, adiante-se: pronuncie primeiro a frase e depois a escreva. Dite a si mesmo. Escute cada frase, prove como soa. Sinta seu ritmo oral, sonoro. Se soar pesada, longa, artificial, com rodeios, com idas e vindas, refaça-a, divida em duas ou mais frases curtas e diretas. O ouvido lhe dirá onde colocar com mais naturalidade o sujeito, o verbo e o predicado.
PRODUCCIÓN DE PROGRAMAS DE RADIO, CIESPAL, Quito 1978, pág. 280.

Um quinto conselho para os panfletários do mundo e para quem confundiu o falar da vida cotidiana com a embromação de ficar repetindo o que as pessoas já sabem:Faz poucos anos, tive a oportunidade de escutar pelo rádio um informativo popular dirigido para periferia. Fiz as contas: 80% das notícias transmitidas eram denúncias sobre a acumulação de lixo. Não pude fazer outra coisa que me colocar no lugar dessa gente dos bairros populares as quais esse programa pretendia chegar e servir. Pensei nesses vizinhos que vêem o lixo desde que se levantam até quando vão dormir, que vivem com o cheiro do lixo. E quando ligam o rádio, este fala outra vez de lixo! O que sucede nestes casos é que o emissor não tem claro quem é seu destinatário. Esta insistência na denúncia talvez pudesse ter algum sentido se estivéssemos nos dirigindo acusadoramente aos responsáveis dos maus serviços públicos, isto é, às autoridades. Mas, qual é o valor informativo de ficar repetindo permanentemente para a comunidade que não tem água, que não tem luz, que não tem asfalto? Ela já sabe isso de sobra! Com isso, talvez não façamos mais que reforçar seu sentimento de desesperança, de impotência: "estamos ferrados". O que a comunidade precisa é que a ajudemos a compreender com claridade as causas do problema: por que não há serviços para ela. E, sobretudo, que a ajudemos a encontrar alternativas, saídas de solução.
EL COMUNICADOR POPULAR, Ciespal, Quito 1985, pág. 117.

O sexto conselho, mais conceitual, para os que seguem apostando em uma educação bancária, que difunde conhecimentos e não problematiza. Uma educação que dá tudo mastigado e poupa o esforço de pensar com a própria cabeça:A educação de adultos, seja presencial ou através de um meio, será educação na medida em que se proponha e consiga ativar as potencialidades de auto e de co-aprendizagem que se encontram presentes em seus destinatários; que estimule a gestão autônoma dos educandos em seu aprender a aprender, em seu próprio caminho ao conhecimento: a observação pessoal, a confrontação e o intercambio, a resolução de problemas, o cotejo de alternativas, a elaboração criativa, o raciocínio crítico. Assim concebida, mais que uma educação à distância, seria próprio falar de uma auto-educação orientada.
A LA EDUCACIÓN POR LA COMUNICACIÓN, Unesco-Orealc, Chile 1992, pág. 31.

O próximo conselho é para os sempre sérios, para as que nunca riem de si mesmas, os rabugentos, as severas e os sisudos do cinzento monastério:
Estamos muito acostumados a que os programas de rádio educativos sejam uma coisa árida e aborrecida. Como esses medicamentos de nossa infância que, para que "fizessem efeito" e fossem julgados confiáveis por nossos pais, tinham que ter necessariamente “gosto de remédio", um sabor amargo e desagradável. Quando ouvimos falar em "rádio educativa", a imagem que nos surge espontaneamente é a de um solitário professor instalado diante do microfone e ensinando, com voz e tom de magister, a um invisível aluno, as tradicionais noções da clássica escola elementar. E há de convir, que desgraçadamente e salvo honrosas exceções, a maior parte da rádio educativa que se vem fazendo na América Latina até agora contribuiu mais para reforçar essa imagem do que para modificá-la. Este livro sustenta uma concepção muito diferente. Pensa que um programa de rádio educativo não tem por que ser chato. Mais ainda: que não deve sê-lo.
PRODUCCIÓN DE PROGRAMAS DE RADIO, CIESPAL, Quito, 1978, pág. 18.

O oitavo conselho, breve e urgente, vai para aqueles comunicadores e comunicadoras que não comunicam nada porque abstraem tudo, conceitualizam, e tornam um discurso incolor, insípido e inodoro:
Sempre que seja possível, optemos pelo relato como forma privilegiada de comunicação popular: ao invés de fazer uma exposição do tema, procuremos convertê-lo em uma história. Comunicar-se é, sobretudo, contar, "contar um causo". Os contadores de histórias foram e continuam sendo os grandes comunicadores naturais do meio popular.
EL COMUNICADOR POPULAR, Ciespal, Quito 1985, pág. 175.

O nono, para os improvisadores de sempre, as que entram na cabine sem pauta e sem idéias, os que se acham donos e senhores do microfone, as que não pesquisam nada porque acham que sabem tudo, os que confiam no feed-back e não suspeitam do feed-forward:O esquema clássico "emissor-mensagem-receptor" nos acostumou a pôr o emissor no início do processo comunicativo, como o que determina os conteúdos do mesmo e as idéias que quer comunicar; enquanto o destinatário está no final, como receptor, recebendo a mensagem. A experiência nos ensina, entretanto, que se se deseja começar um real processo de comunicação em uma comunidade, o primeiro passo deveria consistir em pôr o destinatário não no final do esquema, mas também no princípio: originando as mensagens, inspirando-os, como fonte de pré-alimentação. A função do comunicador em um processo assim concebido já não é a que tradicionalmente se entende por "fonte emissora". Já não consiste em transmitir suas próprias idéias. Sua principal tarefa é a de recolher as experiências da comunidade, selecioná-las, ordená-las e organizá-las e, assim estruturadas, devolvê-las aos destinatários, de tal modo que estes possam torná-las conscientes, analisá-las e refleti-las.
EL COMUNICADOR POPULAR, Ciespal, Quito 1985, pág. 101.

E um décimo conselho, o de sentido comum. Mario não acreditava em receitas nem em esquemas rígidos. É dele este sábio lema: o melhor formato é o que se rompe. Estudamos a técnica, conhecemos as leis e as possibilidades que oferece o meio radiofônico. Depois, pomos de lado todas as normas e damos asas à imaginação:
Às vezes, nas oficinas, me incomodam alguns participantes que questionam: "Então, isso pode ser feito? É certo, é válido ou não é?" Parecem estar precisando e pedindo regras, preceitos. Diante dessas perguntas, me vem à memória a profunda resposta de São Paulo aos cristãos de Corinto que lhe pediam regras morais, normas de conduta: "Tudo é lícito", teve a audácia de responder o apóstolo, rompendo assim seguramente todos seus esquemas. Mas em seguida acrescentou: "Tudo é lícito, mas nem tudo é conveniente, tudo é lícito, mas nem tudo constrói". Analogamente, diríamos que em comunicação popular não existem regras fixas nem imutáveis. Tudo pode ser feito. O que temos que ver é se a opção que temos é a mais conveniente e adequada para esse caso concreto, a mais pedagógica e eficaz para essa situação determinada. E isso nos chama permanentemente à criatividade.
EL COMUNICADOR POPULAR, Ciespal, Quito 1985, pág. 263.
Mário Kaplún (1923-1998), comunicador argentino, foi um dos primeiros a empregar o termo “educomunicação” para instituir o campo da Educação para a Comunicação – ou da leitura crítica dos meios de comunicação. Foi o precursor da Comunicação Educativa e Popular no continente latinoamericano numa perspectiva de favorecer a recepção participativa.
Apesar da grande importância de Kaplún, quase não existem traduções de suas obras para o português.

Laboratório Rádio Ciência


O Laboratório Rádio-Ciência é um projeto piloto, de pesquisa, do programa especial da FAPESP de melhoria do ensino público. Desenvolvido em parceria pelo INPE e a Diretoria de Ensino de São José dos Campos (SJC), busca novos subsídios para a melhoria do ensino público no Brasil.

A ciência como busca do conhecimento está clara e intimamente ligada à escola. A comunicação científica, em particular, pode ter um papel muito importante também na solução de problemas sociais, ambientais e no desenvolvimento econômico do nosso país.